Mutação
No casulo ainda protegida,
sem nem saber de nada dessa vida,
esperava ansiosa a primavera,
sem nunca ter sido, eu que já era.
E ao longo dessa minha mutação,
descobri ter no peito um coração,
que embora insensato já previa:
tudo ali tinha um quê de poesia.
Aos poucos lá estava eu, completa:
quando pensava ser ainda borboleta,
rompi a crisálida, nasci, virei poeta!