Esta sou eu, verso e inverso. Isto é o que vivo, o que penso, o que rio, o que choro, o que amo... São palavras

que me definem, mesmo que a maior parte delas não sejam minhas... Isto é o que sinto. Ponto.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


Da saudade

"na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco."

do Livro A criança em ruínas de José Luís Peixoto

Quando li esta passagem de livro lembrei da minha família. Também éramos cinco. Mas cinco irmãos. Com o meu pai e a minha mãe éramos sete. A minha irmã mais velha casou, depois meu irmão mais velho, em seguida minha irmã mais nova, depois o mais novo, meu pai morreu, depois minha irmã mais nova também...
Hoje na hora de por a mesa somos oito: menos os meus irmãos que casaram todos, menos meu pai e minha irmã mais nova que morreram, menos a minha mãe viúva. Cada um deles é um lugar vazio na minha mesa também, mas todos eles estão bem vivos prá mim, na minha mesa, e com meu marido que ainda não estava na história, hoje todos eles ainda somam oito. Sempre vivos prá mim!

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